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Juíza Gabriela Hardt se afasta da vara responsável pelos processos da Lava Jato no Paraná: descubra os motivos por trás dessa decisão

A juíza federal substituta Gabriela Hardt não está mais presente na 13ª Vara Federal de Curitiba. O juiz federal Fábio Nunes de Martino, da 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, assumiu a jurisdição no lugar dela. Como juiz substituto, Murilo Scremin Czezacki, da 2ª Vara Federal de Cascavel, está ocupando o cargo.

Essa decisão foi anunciada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O juiz federal Eduardo Appio é o titular da 13ª Vara, mas está afastado desde o dia 22 de maio, por uma decisão cautelar do TRF-4. Ele está recorrendo dessa decisão.

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Conforme informações do TRF-4, Gabriela Hardt vai assumir o cargo da juíza federal Graziela Soares, na 3ª Turma Recursal do Paraná (TRPR). Graziela foi convocada para trabalhar como auxiliar da Corregedoria Regional da 4ª Região. Gabriela já havia tentado sair da vara em outra ocasião. Em maio, ela se candidatou para a jurisdição de Florianópolis (SC). Ela estava na operação desde 20 de maio. No dia 14 de junho, o pedido de remoção dela foi negado porque outro juiz com mais tempo de serviço no TRF-4 também se candidatou para a mesma vaga. A escolha era baseada no tempo de trabalho no tribunal.

Gabriela Hardt é natural do Paraná, tem 47 anos e cresceu em São Mateus do Sul, a 150 milhas de Curitiba. Seu pai trabalhava em uma unidade da Petrobrás localizada na cidade. Antes de substituir Appio, a juíza assumiu temporariamente a carga do ex-juiz e do senador Sergio Moro durante os processos da operação. Em 2019, ela condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio de Atibaia, mas essa decisão foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Houve também uma manifestação de que ela plagiou uma sentença do agora senador no processo. Vamos relembrar os detalhes.

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Fonte: Rede Brasil Atual

A juíza Gabriela Hardt se formou em direito pela Universidade Federal do Paraná, onde o ex-juiz Sérgio Moro era professor

Ela se formou em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde o ex-juiz Sérgio Moro era professor. Em 2007, ela fez um concurso para a Justiça Federal e, dois anos depois, foi nomeada juíza em Paranaguá, no litoral do estado. Em 2014, ela foi designada como juíza substituta na 13ª Vara Federal e assumiu as funções quando o juiz Sergio Moro estava de férias. Em uma dessas ocasiões, em maio de 2018, Gabriela Hardt ordenou a prisão do ex-ministro José Dirceu, mas ele obteve um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) logo em seguida.

Também em 2018, em novembro, ela assumiu temporariamente o cargo de juíza titular da 13ª Vara Federal quando o atual senador deixou a magistratura para se tornar ministro do governo Bolsonaro. A juíza também foi responsável por reconhecer legalidade nas palestras ministradas pelo presidente Lula para empreiteiras investigadas na operação. Além disso, ela desbloqueou parte dos recursos e bens que estavam bloqueados.

Em 2019, durante a defesa de Lula, foi levantada a suspeita de que Gabriela teria copiado um trecho do texto de Sergio Moro, no processo do sítio de Atibaia, devido à repetição da palavra “apartamento”. Essa informação foi publicada por O Globo. No entanto, Gabriela negou a confirmação de plágio e afirmou que é comum os juízes federais aproveitarem extensões de decisões anteriores para agilizar o processo de redação de uma sentença.

Gabriela afirmou que usou a sentença do seu colega como base, mas esqueceu-se de substituir a palavra “apartamento”. Ela afirmou, no entanto, que os fundamentos e os fatos narrados no documento por ela redigido eram diferentes. Neste ano, Gabriela ordenou uma operação da Polícia Federal para investigar ameaças contra Moro vindas de uma facção criminosa, executada na prisão de nove pessoas.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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