Noticias

MPRJ denuncia comerciante chinesa que teria chamado cliente de ‘macaca’

O Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou denúncia contra uma comerciante chinesa que expulsou uma cliente de dentro da sua loja por motivos racistas.

Segundo a denúncia, a comerciante deu dois tapas no braço da vítima arrancou a cesta de produtos de sua mão, jogou o celular da cliente no chão e disse ‘não quero essas neguices na minha loja’. A peça ministerial contra a acusada foi oferecida na última terça-feira (4).

O fato aconteceu no dia 21 de setembro, e a vítima, uma jovem negra, de 28 anos, que trabalha como balconista relatou à polícia que enquanto estava dentro da loja, percebeu que a comerciante a seguia sem justificativa aparente, o que a levou a questionar a proprietária se ela estava precisando de ajuda. Foi nesse momento que ela levou dois tapas no braço, teve a cesta arrancada de suas mãos e seu celular estragado.

comerciante
Comerciante chinesa é acusada de racismo. Imagem: Jornal Correio

A vítima relatou ainda que a mulher teria dito que não queria ninguém da raça dela em sua loja e que chegou a abrir uma garrafa de álcool em gel e ameaçar jogar na cliente.

A comerciante foi presa em flagrante e liberada apenas com o pagamento de uma fiança de R$ 1.500,00. Isso foi possível porque, no dia, a polícia autuou a comerciante pelo crime de injúria racial. No entanto, esse não é o entendimento do Ministério Público carioca, que denunciou a mulher por racismo, injúria racial e crime de dano.

O advogado que trabalha como assistente de acusação no caso, Humberto Adami Santos Junior, disse:

‘A correta capitulação do MP já foi uma primeira vitória. Que negro no Brasil nunca passou por isso antes? Infelizmente, isso é muito comum ainda. Eu, Adami, já passei por isso, meu colega que atua comigo nessa causa, Wagner de Oliveira, também’, relata Santos Junior

A defesa da comerciante

A advogada de defesa da proprietária do estabelecimento se pronunciou sobre o caso dizendo que a denuncia da consumida destoa dos fatos ocorridos, e que está devidamente comprovado pelos vídeos das câmeras de segurança. Além disso, a defensora disse:

-As supostas ofensas informadas à imprensa e à polícia nunca foram proferidas. Tratam-se de palavras e expressões que a acusada, de nacionalidade chinesa, desconhece. A lojista não fala português e consegue – apenas – realizar comunicações básicas (como cumprimentos e agradecimentos, entender e responder sobre os valores de produtos). – a denunciada e o estabelecimento são contrários a qualquer atitude racista, sexista, de xenofobia ou de sinofobia. A defesa também esclarece que a comerciante aproximou da cliente (em 21/9/2022)

A advogada defendeu ainda que a prisão em flagrante de sua cliente aconteceu de forma arbitrária por parte da polícia e que solicitará o trancamento da ação, além do ajuizamento de outra ação por falso testemunho e denunciação caluniosa.

Fonte: UOL

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo