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Pacto Brutal: por que Guilherme de Pádua não foi entrevistado para o documentário?

A série documental “Pacto Brutal”, que conta os detalhes do crime que chocou o Brasil nos anos 90, já está disponível no HBO MAX.

guilherme e daniella
Guilherme e Daniella. Imagem: Noticias da TV

Através de relatos de Gloria Perez, Claudia Raia e outros famosos, os diretores Tatiana Issa e Guto Barra contam como Guilherme de Pádua e Paula Thomaz assassinaram a filha da diretora Gloria Perez, Daniella Perez, com 18 punhaladas.

A diretora Tatiana Issa relata que a equipe da série documental resolveu não colocar entrevistas dos assassinos para reverter um erro do passado. Ao longo dos anos, Guilherme, que contracenou com a atriz na novela “Corpo e Alma”, da Globo, concedeu diversas entrevistas e apresentou diferentes versões do caso.

“Durante trinta anos eles falaram o que quiseram para inúmeros veículos, dando versões falsas e essas inverdades foram sendo perpetuadas. Se déssemos espaço para eles, estaríamos fazendo o mesmo que tanto criticamos. Houve um grande circo midiático em torno deste caso”.

Recentemente, a escritora Gloria Perez também criticou a forma como a mídia repercutiu o caso na época, dando espaço para que Guilherme de Pádua ganhasse popularidade.

“Não é justo que ela tenha sido assassinada de maneira brutal que foi e ainda tenha sido descrita através das palavras de um assassino como uma pessoa louca, fora de si. Quem morreu só produz lágrimas das suas famílias e das pessoas que a amaram. Eu vi isso. Eu vi minha filha despessoalizada”.

Gloria ainda disse que a versão dele do caso está nos autos do processo e que falar com ele seria dar palco para o psicopata.

Homicídio qualificado cometido por Guilherme de Pádua

Nos anos 90, Daniella Perez, filha da escritora e novelista Gloria Perez, era uma grande estrela das novelas do Brasil. Casada com o ator Raul Gazzola, a jovem estava atuando na novela De Corpo e Alma (1992), escrita pela sua mãe, Gloria. Guilherme de Pádua era seu parceiro de cena, e após ter sido diminuído seu papel na novela, devido ao destaque de Daniella, matou a jovem com ajuda de sua esposa na época, Paula Thomaz. 

Os agressores atingiram Daniella com 18 punhaladas, tornando impossível a defesa da vítima, o que incidiu como qualificadora na sua condenação. O corpo da atriz foi encontrado perto de um matagal na Barra da Tijuca, na noite de 28 de dezembro de 1992.

Art. 121, Código Penal, Matar alguém:

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Os dois foram condenados por homicídio qualificado, pelo Tribunal do Júri, que considerou que o crime havia sido premeditado. O caso teve grande repercussão na época por se tratar de atores globais, e até hoje é lembrado. 

Documentário “Pacto Brutal”

Este ano, a HBO MAX lançou um documentário produzido por Tatiana Issa e Guto Barra mostrando os dolorosos relatos da mãe de Daniella, Glória Perez. A produção explica como Guilherme e Paula Thomaz mataram a jovem atriz, e os motivos que os fizeram cometer o crime brutal.

A série documental conta com relatos de outros artistas globais que contracenavam com Daniella, como Claudia Raia e Fabio Assunção e Alexandre Frota, além de exibir fotos chocantes do corpo de Daniella. Confira aqui.

Pacto Brutal - O Assassinato de Daniella Perez
de corpo e alma guilherme de padua daniella perez

Diretor: Glória Pérez

Data de criação: 2024-05-03 03:43

Classificação do editor:
5

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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