Prisioneiro mais velho de Guantánamo é libertado
O Paquistão anunciou este sábado a libertação e a chegada a Islamabade de um cidadão paquistanês detido há quase 20 anos pelos Estados Unidos na prisão de Guantánamo, sem acusação formal.
Com cerca de 74 anos, Saif Ullah Paracha era o mais velho prisioneiro no centro de detenção de Guantánamo, em Cuba (que pertence aos Estados Unidos).
“Saif Ullah Paracha, um cidadão paquistanês, detido na Baía de Guantánamo, foi libertado e chegou à sua terra natal no sábado, 29 de outubro de 2022”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão deu assim por terminado um extenso processo interinstitucional para facilitar a repatriação de Paracha.
“Estamos satisfeitos por um cidadão paquistanês que esteve detido no exterior poder estar finalmente reunido com a família”.
Paquistanes foi preso em 2003 e ficou quase 20 anos no presídio de Guantánamo
Paracha era um empresário com negócios prósperos e riqueza no Paquistão quando foi preso na Tailândia em 2003.
As autoridades norte-americanas alegaram que era um “facilitador” da Al Qaida que ajudou dois dos conspiradores do 11 de setembro de 2001 com uma transação financeira, alegação que o cidadão paquistanês sempre negou.
Paracha esteve detido por mais de um ano na base norte-americana de Bagram, no Afeganistão, e depois transferido pelos Estados Unidos para Guantánamo.
Ele sempre afirmou que era inocente, e mesmo nunca tendo sido formalmente acusado, ele carecia de recursos para pedir a sua própria liberdade.
A detenção do empresário foi repleta de procedimentos adicionais e transferências devido às condições de saúde, que se deterioraram na prisão devido à idade, o que envolveu o envio de especialistas para tratamento médico.
A administração dos Estados Unidos, liderada por Joe Biden, autorizou em maio de 2021 a transferência de Paracha e outros dois prisioneiros de Guantánamo.
A prisão de Guantánamo fica na ilha de Cuba, mas é um complexo que pertence aos Estados Unidos. Ela chegou a abrigar centenas de detentos suspeitos de serem jihadistas capturados pelas forças americanas durante a “guerra ao terrorismo” após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Fonte: G1