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Suzane von Richthofen ganha saidinha de 6 dias

Suzane von Richthofen, condenada pela morte brutal dos pais em 2002 a uma pena de 39 anos de prisão, recebeu, na última terça-feira, 13 de setembro, o direito a uma “saidinha” temporária de 6 dias.

Essa é a terceira vez em 2022 que a presidiária ganha o benefício, que é concedido aos detentos do regime semiaberto que possuem bom comportamento. Ela ficará cerca de uma semana em liberdade, de forma que sua volta está prevista para a próxima segunda-feira, 19.

Suzane foi condenada a 39 anos de prisão, mas  em 2021, conseguiu uma redução para 34 anos e nove meses. Se nenhuma outra mudança ocorrer, isso significa que sua soltura definitiva ocorrerá em 2036, daqui a 14 anos.

Ela está cumprindo sua sentença na Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, que fica localizada no município do Tremembé, em São Paulo. De 2021 para cá, Richthofen também chamou atenção por iniciar um curso superior de Farmácia.

suzane
Imagem: G1

Desde do ano de 2004 Suzane está na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé (SP). 

Em 2014, Suzane foi beneficiada com a progressão da pena, do regime fechado para o regime semiaberto, porém Suzane entrou com pedido para permanecer em regime fechado, na Penitenciária de Tremembé.

Contudo, em 2015, Suzane já havia cumprido mais de um terço da pena, passando, de fato, para o regime semiaberto, porém permanecendo em Tremembé, conforme pedido pela defesa.

Relembre o assassinato dos pais de Suzane von Richtofen

Em outubro de 2002, no bairro do Campo belo, zona sul de São Paulo, na noite do dia 31, ocorreu um fato criminoso que, sem sombra de dúvidas, abalou o país. Era o início do “Caso Richtofen”.

Os corpos do casal jaziam na cama. Ambos com severas lesões na cabeça. Havia respingos de sangue no chão, na cama e na parede. No interior da boca da mulher havia sido enfiada uma toalha. Apenas o quarto e mais um cômodo da mansão estavam revirados, e, no chão, ao lado do corpo do homem, havia uma arma com somente um cartucho deflagrado.

Manfred e Marísia von Richthofen, foram atingidos com diversos golpes na cabeça por dois agressores (Daniel e Cristian Cravinhos), que ficaram conhecidos como “os irmãos Cravinhos”. O mórbido cenário guardava como pano de fundo um detalhe que chocaria a população brasileira, qual seja: o crime tinha sido planejado e comandado pela filha do casal, a jovem Suzane von Richthofen, que na época dos fatos tinha apenas 18 anos de idade.

O homicídio fora movido pela seguinte razão: a família von Richthofen não aprovava o relacionamento amoroso entre Suzane e Daniel. A solução adotada pelo casal foi pragmática, ceifar a vida dos pais de Suzane.

Após a execução do plano, os criminosos resolveram simular um latrocínio, pois, dessa forma, sem a presença dos pais, Suzane poderia viver com seu namorado e, além disso, ganharia parte da valiosa herança deixada pelos seus pais. Para isso, contaram com a ajuda do irmão de Daniel, Cristian Cravinhos.

Na noite do crime, Suzane abriu a porta de entrada da casa permitindo que os irmãos Cravinhos tivessem acesso à residência. A partir daí, baseado nas confissões dos acusados no plenário do júri, Suzane teria subido ao segundo andar da casa e, após verificar que seus pais estavam dormindo, determinado que os irmãos cravinhos subissem e cometessem o homicídio, executando duros golpes na cabeça das vítimas.

Suzane teria separado sacos e luvas cirúrgicas para utilizarem no crime. Daniel golpeou o pai de Suzane (Manfred), enquanto Cristian golpeava a mãe (Marísia). Ambas as vítimas sofreram golpes na cabeça até a morte. Foram constatadas fraturas nos dedos da mão de Marísia, que, segundo a perícia, teria tentado (em vão) se proteger, colocando a mão na cabeça. A violência dos golpes impediu qualquer reação do casal.

Assim, eles foram condenados por homicídio qualificado. 

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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