Advogada que ofendeu nordestinos diz que não cometeu crime
Na quarta-feira passada, uma advogada postou um vídeo nas redes sociais ofendendo nordestinos. A advogada que era vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil em Uberlândia teve sua conduta repudiada pela OAB.
A repercussão do vídeo foi tanta que a recém-eleita deputada federal Dandara Tonantzin Silva, do PT-MG entrou com uma representação criminal pelo crime de xenofobia contra a advogada Flávia na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No vídeo, ela aparece ao lado de duas amigas, todas vestidas de verde e amarelo, ressaltando que não irão mais viajar para o nordeste pois “não vai mais alimentar quem vive de migalhas”, se referindo ao resultado das eleições presidenciais.
O fato ocorreu pois o Nordeste teria sido o estado que mais votou no candidato Lula para presidente, e elas estavam vestidas de verde e amarelo em alusão às cores utilizadas pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.
Confira a fala completa:
“A todos aqueles brasileiros que a partir de hoje têm que ser muito inteligente. Nós geramos empregos, nós pagamos impostos e sabe o que que a gente faz? A gente gasta o nosso dinheiro lá no Nordeste. Não vamos fazer isso mais. Vamos gastar dinheiro com quem realmente precisa, com quem realmente merece. A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas. Vamos gastar o nosso dinheiro aqui no Sudeste, ou no Sul ou fora do país, inclusive porque fica muito mais barato. Um brinde a gente que deixa de ser palhaço à partir de hoje”.
Advogada que teve conduta xenofóbica diz que não cometeu crime
Após a conduta dela viralizar na internet e se tornar alvo de repúdio, ela foi exonerada do cargo de vice-presidente, e fez uma declaração pública pedindo desculpas e afirmando ter sido atacada, por meio de injúrias e difamações, pois não teria cometido crime algum.
“Venho a público me desculpar por compreender a infelicidade do que foi falado, uma vez que é totalmente incompatível com meus valores. Minha conduta, embora reprovável, não se encontra tipificada como crime em qualquer dispositivo legal vigente. (…) “Peço desculpas a todas as pessoas de origem nordestina que tenham se sentido ofendidas, retratando-me completamente”.
Por fim, ela relatou que sua família está sendo atacada após o episódio.
“A exposição da minha fala foi feita por terceiros, sem meu consentimento, e fez com que eu siga atacada com as mais diversas formas de violência contra a mulher, tendo que blindar a mim e minha família. A infelicidade da minha fala não pode autorizar ou justificar a prática de crimes graves contra a minha pessoa, que vão desde injúria e difamação, até mesmo a apologia ao estupro. Em um Estado Democrático de Direito, os fins não justificam os meios”.