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Chacina do Curió: relembre a história do maior massacre do Ceará

Chacina do Curió: Julgamento de acusados tem início em 20 de junho de 2023

Depois de oito longos anos, a justiça começa a ser feita para as vítimas da maior chacina do estado do Ceará, que ficou conhecida como Chacina do Curió. Na próxima terça-feira (20/06), terá início o julgamento dos 45 acusados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pelos assassinatos de 11 pessoas na noite de 11 de novembro de 2015 e madrugada do dia seguinte na Grande Messejana, em Fortaleza.

De acordo com o MPCE, a motivação para os crimes seria vingança, articulada por policiais militares. Alguns em serviço e outros em folga, eles teriam planejado a ação após o soldado PM Valtermberg Chaves Serpa ser morto por latrocínio naquele dia. Para tornar a situação ainda mais agravante, o crime contra Serpa ocorreu durante uma tentativa de roubo a sua esposa.

Chacina
Imagem: O POVO

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Inquérito divide a chacina em 9 episódios assustadores

Nessa grande operação de execuções sumárias, o Ministério Público decidiu dividir os ocorridos em 9 episódios distintos. Os horários e locais foram relativamente próximos, indicando que a ação foi meticulosamente planejada. Ao dividir os acontecimentos desta forma, o MPCE busca dar contexto a cada situação, assegurando o direito à ampla defesa e ao contraditório para os acusados.

Neste artigo, nós descreveremos cada um desses episódios, ocultando os nomes dos sobreviventes e testemunhas por uma questão de segurança. Prepare-se, pois o que você lerá a seguir é uma série de relatos de uma noite verdadeiramente assustadora em Fortaleza.

O Primeiro episódio: “justiçamento” ou tortura?

No primeiro episódio dos ataques, relata-se que dois internos de um instituto para tratamento de dependentes químicos foram atacados ao saírem para comprar drogas. Um sobreviveu aos quatro tiros que recebeu, mas sofreu uma fratura exposta no pé. As circunstâncias em que os disparos foram feitos nas pernas do sobrevivente, porém, sugerem que a intenção dos criminosos não era matar, mas torturar e “justiçar”.

Os demais episódios relatam a continência desta ação, que resultou na morte de várias pessoas e na tortura de outras tantas. As descrições dos acontecimentos são de gelar a espinha e nos fazem questionar até onde pode chegar à barbaridade humana.

Este julgamento é de extrema importância para o Estado do Ceará e para o país como um todo. Ele coloca em xeque o papel das autoridades responsáveis pela segurança da população e nos obriga a refletir sobre a fragilidade de nossas instituições e até onde pode ir a impunidade. É necessário que a verdade venha à tona e que se faça justiça, para que episódios como o da Chacina do Curió nunca mais se repitam.

Fonte: MPCE

Redação

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