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Por que somos vistos como os advogados do Diabo?


Por Anderson Figueira da Roza


De volta a este espaço, primeiramente desejo aos leitores do Canal Ciências Criminais que o ano de 2016 seja repleto de realizações positivas tanto na vida pessoal, quanto profissional.

Sem perder mais tempo, o tema de hoje é polêmico por natureza, afinal, os advogados criminalistas defendem pessoas que são acusadas de cometerem delitos, e muitas vezes crimes bárbaros. Por tais razões, acabamos sendo rotulados de advogados do diabo.

Sem adentrar na conceituação do bem e do mal, precisamos no primeiro momento entender que as pessoas necessitam no seu dia a dia falar sobre um acontecimento criminoso, e principalmente dar sua opinião sobre o acusado. Isto mexe com a sociedade.

Como prova disso, basta observar que há diversos personagens na história que devido aos seus crimes, suas biografias renderam best sellers e filmes campeões de bilheterias pelo mundo afora, novelas com os maiores índices de audiência, etc.

Mas como explicar este efeito estranho da sociedade? Simples, ninguém passa uma vida inteira sem errar, sem cometer alguma atitude incorreta, imoral e até mesmo delituosa. É nesta nossa vulnerabilidade de pensamentos que nos aproximamos destas histórias tão perversas, que quando nos damos conta estamos conectados com estes episódios.

Sequer percebemos que na maioria das vezes os vilões serão mais famosos do que aqueles que os prenderam ou até daqueles que os mataram.

Porém, o mesmo não acontece com os advogados destes personagens ao longo da história, estes sempre serão vistos com uma espécie de tarja preta, advogado do beltrano, ou ciclano, isto é, o advogado do diabo.

Estes brilhantes advogados são contratados para estes casos por serem excepcionais, e profundos conhecedores da legislação, e também de todas as garantias que até mesmo o diabo em forma de pessoa deve possuir e ser respeitado diante da justiça.

Mas estas observações pouco importam, pois o advogado do diabo só vai ser visto com outros olhos quando o diabo da vez for você ou de alguém que você ame muito.

AndersonFigueira

Anderson Roza

Mestrando em Ciências Criminais. Advogado.

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