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Acusado de matar idoso solicita anulação do júri que o sentenciou a 20 anos de prisão após um ano do crime

Um ano após a ocorrência do crime, a defesa de Marlenn Antônio de Souza, que foi acusado de matar o idoso Wilson Pereira de Souza em junho de 2022, solicitou a anulação do julgamento que o condenou a 20 anos de prisão. A defesa argumentou que foi intimada por telefone, um dia antes do Tribunal do Júri, sobre a inclusão de um laudo pericial no processo. O referido laudo pericial estava relacionado a armas de fogo, cartuchos e munições.

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A perícia constatou que havia compatibilidade entre a arma examinada e os projéteis. Além disso, a defesa alegou que o réu sofria de doença mental, comprovada por um perito, e argumentou que os jurados não deveriam decidir sobre a veracidade do crime, mas sim se a suposta doença influenciou ou não na ocorrência do mesmo. O advogado Marlon Ricardo, representante de Marlenn, declarou no processo:

“No presente caso, temos uma pessoa condenada por homicídio qualificado e privilegiado, com uma sentença de mais de 20 anos, mas com uma aplicação de pena completamente equivocada”.

Em uma entrevista ao Jornal Midiamax, o advogado afirmou que, caso o julgamento não seja anulado, a defesa solicitou um pedido secundário de redução da pena e também recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

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Fonte: Midiamax – UOL

Marlenn foi acusado de matar idoso e condenado a 20 anos, um mês e três dias de prisão, além de ser obrigado a pagar 17 dias-multa, por homicídio qualificado-privilegiado e porte ilegal de arma de fogo. Ele foi absolvido da acusação de resistência. Inicialmente, é determinado que a pena seja executada em regime fechado, de acordo com a sentença proferida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos. Além disso, a pistola utilizada no assassinato do idoso, juntamente com as munições, devem ser destruídas.

No mês de junho de 2022, Marlenn foi preso sob suspeita de latrocínio, após uma investigação realizada pela Defurv (Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Veículos). Durante o inquérito, o acusado assumiu ter pego dinheiro emprestado com o idoso e deixou um carro VW Gol vermelho como garantia. Através da identificação do proprietário do veículo, as equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) chegaram a uma espetaria no Bairro São Conrado.

No entanto, ao chegarem ao local, não encontraram ninguém. Decidiram então sair do local e ligar para o telefone do suspeito. Ele atendeu e revelou que estava em casa.

Informalmente, Marlenn confessou o crime, alegando ter sido ameaçado pelo idoso após uma discussão

Quando os policiais retornaram ao endereço, encontraram o suspeito prestes a sair do local. Suas declarações sobre o crime e o carro foram incoerentes, e o veículo com as mesmas características descritas, que havia sido roubado da casa de Wilson, foi encontrado na espetaria. Durante a busca, uma arma de fogo e uma caixa de munições foram localizadas. O revólver utilizado no assassinato também foi descoberto e apreendido, resultando na prisão do suspeito. Informalmente, ele confessou o crime, alegando ter sido ameaçado por Wilson após uma discussão, o que o levou a disparar a arma. No entanto, na delegacia e acompanhado de advogados, ele optou por permanecer em silêncio.

O idoso, que trabalhava como guincheiro, costumava acordar cedo todas as manhãs. Um vizinho ficou preocupado com o fato de o homem não aparecer e foi até sua residência, onde encontrou a vítima morta. Dentro da casa, foram encontradas várias cápsulas deflagradas. Vizinhos informaram ter ouvido uma discussão na noite de quarta-feira (29) envolvendo o idoso e uma pessoa desconhecida.

Fonte: Midiamax UOL

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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