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Caso Jeff Machado: acusado ofereceu advogado para mulher que alugou casa onde corpo do ator foi encontrado

Após fugir da Justiça e ser suspeito de assassinar o ator Jeff Machado, o ex-produtor de TV Bruno Rodrigues de Souza tentou oferecer os serviços de um advogado para a proprietária do local onde o corpo foi encontrado, localizado na Zona Oeste do Rio. Essa oferta ocorreu em 24 de maio, um dia após os restos mortais do ator terem sido descobertos enterrados dentro de um baú no terreno de uma quitinete alugada pelo suspeito.

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Uma mulher relatou uma conversa com Bruno em um aplicativo de mensagens, à Delegacia de Descoberta de Paradeiros, responsável pela investigação do caso. Durante a conversa, Bruno também manifestou interesse em comprar o imóvel. Essas informações fazem parte do inquérito que embasou o pedido de prisão contra dois suspeitos envolvidos no crime, ocorridos em janeiro.

O segundo suspeito, Jeander Vinícius da Silva Braga, conhecido como garoto de programa, encontra-se preso desde sexta-feira passada. Neste domingo, a Justiça decidiu mantê-lo sob custódia. A quitinete foi alugada em 1º de dezembro, quase dois meses antes do crime, após uma troca de mensagens entre a proprietária e alguém que se identificou como “Jeff” por meio de um aplicativo.

A polícia suspeita que, na verdade, o próprio Bruno Rodrigues tenha se apresentado como Jeff. O suspeito entrou em contato com a mulher no mesmo dia em que ela prestaria depoimento à polícia sobre o caso. Bruno perguntou como ela estava e afirmou estar chocado com os últimos acontecimentos. Em seguida, ofereceu um advogado para orientá-la, mas a mulher não aceitou, de acordo com o responsável pelo inquérito que embasa o processo do caso.

Caso Jeff Machado acusado ofereceu advogado para mulher que alugou casa onde corpo do ator foi encontrado
Fonte: usafrnews.site

Bruno abordou a mulher e perguntou quanto ela queria para vender a quitinete. Ela pediu R$ 100 mil. Em resposta, Bruno fez uma contraproposta de R$ 80 mil, mas a negociação não avançou. A mulher entregou à delegacia cópia das mensagens trocadas entre ela e Bruno, bem como com a pessoa que se apresentou como “Jeff” nos meses anteriores.

O ator Jeff Machado foi assassinado por estrangulamento com um fio de metal em sua própria casa

Jeff foi assassinado por estrangulamento com um fio de metal em sua própria casa em Guaratiba. Seu corpo foi colocado dentro de um baú e transportado para uma casa alugada em Campo Grande, também na Zona Oeste. A polícia acredita que Jeander Vinicius tenha cavado o buraco onde o baú com o corpo de Jeff Machado foi concretado. Por sua vez, Bruno é apontado como o autor do homicídio, sufocando a vítima com o fio de metal.

De acordo com a polícia, Jeff pagou R$ 20 mil a Bruno com a expectativa de conseguir um papel em uma novela, mas isso não aconteceu, o que teria motivado o crime. Os dois foram indiciados por homicídio duplamente qualificados e foram denunciados pelo Ministério Público do Rio pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro. Jeander e Bruno eram amigos há muitos anos e costumavam se encontrar regularmente. A polícia confirmou que os dois planejaram um golpe financeiro e a morte do ator.

Além do homicídio de Jeff, eles também enfrentarão a acusação de ocultação do corpo da vítima em uma casa em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. De acordo com a delegada encarregada do caso “A motivação foi puramente financeira, devido ao valor de R$ 20 mil pago por Jeff por uma suposta vaga em uma novela. Bruno se apresentou como assistente de direção em várias emissoras. A investigação comprovou que ele tentou vender o veículo e a residência da vítima por um valor muito abaixo do mercado. Tudo isso aconteceu no dia 23 de janeiro, o dia do assassinato.

Fonte: O GLOBO

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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