Caso Miguel: nova pena de Sarí Corte Real é comemorada pela mãe do garoto
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu nesta quarta-feira (8) reduzir a pena de Sarí Corte Real, condenada pelo crime de abandono de incapaz que resultou na morte de Miguel Otávio, de 5 anos, cair do prédio residencial de luxo Píer Maurícia de Nassau em junho de 2020. A mãe da criança, Mirtes Renata, trabalhava para Sarí.
A pena era de oito anos e seis meses de reclusão, mas passou a ser de sete anos em regime fechado. Mirtes entende que, mesmo com redução da pena, foi motivo de alívio o fato de os desembargadores manterem a condenação.
“Todos foram unânimes no sentido de manter a condenação de Sarí Corte Real, entendendo que ela foi responsável pelo crime”, salientou a assistente da acusação, a advogada Maria Clara D’ávila.
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Outra decisão na Caso Miguel
A acusação afirmou que foram retiradas da condenação partes da sentença proferida no ano passado que, para a advogada, indicariam responsabilidades da mãe e da avó do menino sobre a criação dele. “Isso aprofundou o sofrimento ainda mais da mãe e da avó.”
A advogada entende que a redução de pena foi lamentável em relação à chamada dosimetria da pena, que é o cálculo utilizado para definir o tempo de reclusão, mesmo mantendo o regime inicial fechado. Sarí Corte Real ainda tem direito a recorrer em liberdade.
Mirtes disse que estava ansiosa pela decisão e ficou aliviada pela exclusão dos trechos que indicavam até que ela e a avó da vítima, Marta, deveriam ser investigadas.
“A sentença fazia acusações contra mim e a minha mãe, e assim, nos culpando com relação à morte dele. Infelizmente houve essa redução de pena, mas a gente vai entrar com recurso no STJ para seguir com o andamento do processo. Mas nós tivemos uma vitória.”
Ela diz que tem recebido a solidariedade de todo o país, o que a tem fortalecido, mesmo com tanta dor. Mirtes estuda direito em uma faculdade no Recife e já está no sexto semestre.
“Eu ainda não estou formada, mas entendo os caminhos que precisamos seguir para fazer Justiça.”
Segundo Pedro Avelino, advogado que representa Sarí Côrte Real, a defesa deseja entrar com recurso de apelação para reduzir mais a pena dela.
“Apesar de não concordar com a condenação, houve uma diferença da pena aplicada. E aí esse questionamento vai ser feito através dos embargos.”
Ele explicou que a apelação neste momento tem em vista o pedido de esclarecimentos sobre a decisão do TJ. Em outra instância superior, a defesa voltará a pedir a absolvição.