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Campanha mobiliza Congresso para combater violência política contra mulheres

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com outras instituições como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lançou uma campanha de combate à violência política contra a mulher. 

Denúncias da prática podem ser feitas pelo Ligue 180, por formulários disponíveis no site da ouvidoria do TSE e na sala de atendimento ao cidadão do Ministério Público Eleitoral.

Pesquisadoras e mulheres em cargos eletivos entendem que é preciso fortalecer a cultura de combate à violência contra mulheres, uma vez que a existência de leis não garante sua aplicação. Especialmente em período eleitoral e principalmente por meio das redes sociais, candidatas se deparam com ataques relacionados a sua aparência e a sua conduta moral. 

Há, ainda, outras formas de violência, como a importunação sexual, contudo, são praticamente inexistentes episódios de cassação de mandato nos conselhos de ética do Poder Legislativo em razão desses fatos.

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Combate violência política de gênero virou lei em 2021

A Lei nº 14.192/21, cujo projeto é de autoria da deputada Rosângela Gomes, penaliza a violência de gênero com pena de reclusão de um a quatro anos e multa, aumentada de um terço até a metade, caso a discriminação ou menosprezo por cor, raça ou etnia.

A deputada autora do projeto que deu origem à lei, relembra as condutas violentas que sofreu em ambiente político:

“Fui vereadora na cidade de Nova Iguaçu (RJ) e também encontrei uma casa onde há mais de três legislaturas não tinha uma representação feminina, uma vereadora. E, quando eu cheguei, cheguei com muita dificuldade, muita luta, enfrentei muitas humilhações a ponto de ser chamada de macaca, de ser chamada de analfabeta, ao ponto de ter a última cadeira, a última mesa. Não tinha direito a gabinete.

Apesar dos inúmeros casos, parlamentares afirmam que as mulheres não devem desistir dos cargos eletivos, mas sim abrir caminho para outras mulheres.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Priscila Gonzalez Cuozzo

Priscila Gonzalez Cuozzo é graduada em Direito pela PUC-Rio, especialista em Direito Penal e Criminologia pelo ICPC e em Psicologia pela Yadaim. Advogada e Consultora Jurídica atuante nas áreas de Direito Administrativo, Tributário e Cível Estratégico em âmbito nacional. Autora de artigo sobre Visual Law em obra coletiva publicada pela editora Revista dos Tribunais, é também membro do capítulo brasiliense do Legal Hackers, comunidade de inovação jurídica.

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