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Filho vai a júri em novembro pelo assassinato dos pais no RS

Um rapaz de 22 anos, sua namorada e um amigo, irão a júri popular por um crime que há dois anos atrás chocou o município de Jaguarão, Rio Grande do Sul. O filho das vítimas é acusado de ter planejado o assassinato dos pais e o julgamento está previsto para iniciar em 17 de novembro deste ano.

As vítimas são Paulo Adão Almada Moraes, 50 anos, e Manoela Renata Araújo Chagas, 40 anos. Iuri Paulo Chagas Moraes tinha 20 anos quando confessou à polícia ter planejado a execução dos pais. Em um primeiro momento, o caso foi tratado como um assalto seguido de morte (latrocínio).

Paulo e Manoela foram mortos a tiro enquanto dormiam. Na primeira vez em que o filho do casal foi ouvido, ele afirmou ter escutado os disparos e visto dois criminosos fugindo da residência. 

Contudo, algumas partes do depoimento de Iuri fizeram a polícia suspeitar que ele estivesse mentindo: não soube explicar por onde os criminosos ingressaram, além de não haver qualquer sinal de arrombamento na casa. 

Quando preso, Iuri confessou que o crime havia sido planejado por ele, com a ajuda de outros envolvidos. Iuri disse aos policiais que os pais eram controladores e que eles tinham atritos por dinheiro. Segundo o Ministério Público, o filho do casal vitimado planejou a execução dos pais ao longo de pelo menos um ano.

Após determinado tempo, a polícia começou a suspeitar da namorada de Iuri, Bruna Melissa Alves Betancourt e de um amigo do casal, Roger Pinto Nunes. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Roger entrou na casa às 4h30min com a ajuda do filho do casal e de Bruna, que teria ido até o quarto das vítimas e atirado na cabeça de ambos, enquanto dormiam. Em seguida, para simular um assalto, Roger teria levado o automóvel da família até um local afastado, onde o abandonou e teria se desfeito do revólver usado no crime, encontrado dias depois no Rio Jaguarão por mergulhadores dos bombeiros. 

Após decidir que os três envolvidos iriam a júri, inicialmente a Justiça do RS havia definido que ele iniciaria em 24 de novembro, com início às 9h. Posteriormente, a agenda foi readequada e o julgamento adiantado para o dia 17.

Os três réus serão julgados pelo homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas). Para a acusação, o crime foi cometido por motivo torpe, pois Iuri teria interesse em ficar com os bens dos pais: o carro e um imóvel, além de terras.  

O que diz a defesa do filho e dos demais envolvidos

O escritório de advocacia criminal especializada TWC – Trelles Weiler Camerini, responsáveis pela defesa do filho do casal, Iuri Paulo Chagas Moraes, manifestaram-se por nota:

Estamos preparados para o julgamento, acreditamos que alguns fatos serão esclarecedores para os jurados. O interrogatório de Iuri trouxe outra versão da apresentada e divulgada durante o inquérito. No decorrer do processo pedimos a reinquirição de familiares, quando a nova versão veio à tona, o que não foi possível durante a instrução, mas será feito em plenário. Temos confiança de que este caso terá uma reviravolta frente ao conselho de sentença e a sociedade.

A defesa de Bruna Melissa Alves Betancourt não se manifestou.

Roger Pinto Nunes é assistido pelo defensor público Gustavo Carlos Couto Knopp, que informou que somente se manifestará sobre o caso no plenário do júri.

Fonte: GZH

Priscila Gonzalez Cuozzo

Priscila Gonzalez Cuozzo é graduada em Direito pela PUC-Rio, especialista em Direito Penal e Criminologia pelo ICPC e em Psicologia pela Yadaim. Advogada e Consultora Jurídica atuante nas áreas de Direito Administrativo, Tributário e Cível Estratégico em âmbito nacional. Autora de artigo sobre Visual Law em obra coletiva publicada pela editora Revista dos Tribunais, é também membro do capítulo brasiliense do Legal Hackers, comunidade de inovação jurídica.

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