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‘Eu posso o que eu quiser’, diz PM antes de dar tapa em empresária

Um policial militar (PM) foi filmado dando um tapa no rosto de uma empresária. Após a agressão o policial disse para mulher “eu posso o que eu quiser”.

O caso aconteceu na segunda-feira, 19 de setembro, após a mulher tentar filmar o momento em que o marido dela foi preso por desacato, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Imagens mostram o exato momento da agressão. A Polícia Militar disse ao G1 que irá apurar os fatos.

A mulher explicou que a confusão começou porque o marido dela, que trabalha com a venda de verduras, foi ao Ceasa, no Setor Sul Jamil Miguel, cobrar uma dívida de cerca de R$ 20 mil. O homem falou que subiu na cabine do caminhão do devedor para cobrá-lo, momento em que o devedor resolveu chamar a polícia. 

Empresária leva tapa de PM que disse que poderia fazer o que quisesse

A mulher disse que foi agredida porque estava filmando o marido ser preso e que o PM tomou o celular dela para apagar a gravação, disse que poderia fazer o que quisesse e deu um tapa na mulher.

pm
Imagem: G1

Confira o diálogo entre a mulher e o policial.

Empresária: Você não pode pegar meu telefone.

Policial: Eu posso. Eu posso o que eu quiser.

Empresária: Você não pode.

Policial: Eu posso o que eu quiser (repete).

O nome do policial não foi divulgado até o momento.

Em nota enviada, a PM informou que não compactua com tal desvio de conduta, que determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) e que afastou o policial da função operacional até o final da apuração.

O marido da vítima foi encaminhado à delegacia. Por conta da briga, o homem prestou depoimento e pode responder por desacato. A esposa não registrou ocorrência, pois informou que sente medo.

“Ele falou que não era pra eu filmar, foi lá e apagou a filmagem. Logo em seguida outro policial veio até mim, me mandou calar a boca, me xingou de vários nomes e falou que, se eu não calasse a boca, que ele ia me dar um tapa na cara”.

A empresária ressaltou ter muito medo, e que considera que o policial errou por ter lhe dado um tapa.

“Ele não poderia ter feito isso, ainda mais por eu ser mulher. Eu errei em ter falado, mas ele errou muito mais em me dar o tapa”.

A Polícia Civil informou que, como o crime aconteceu com o policial em serviço, o inquérito deve transcorrer na Polícia Militar, por se tratar de um crime militar.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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