MPF quer explicações sobre supostos crimes contra crianças do PA denunciados por Damares
A recém eleita senadora Damares Alves (PL) fez uma denúncia sobre supostos crimes sexuais cometidos contra crianças no Marajó, durante um culto na Assembleia de Deus, em Goiânia, no último domingo.
Damares era titular do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, e após deixar a pasta, fez a alegação, sem provas, de tráfico de crianças para o exterior, que supostamente seriam submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.

A ex-ministra também teria informado que dentro do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos há imagens de crianças recém nascidas sendo estupradas, o que, segundo ela, eram vendidos por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.
O evento no templo evangélico de Goiânia foi acompanhado da participação da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro.
MPF pede que pasta informe detalhadamente as denúncias recebidas
Após discurso da ex-ministra Damares Alves sobre denúncias, sem provas, de tráfico internacional de crianças e estupro de vulneráveis, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal do Pará (MPF), solicitou nesta terça-feira, que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informe detalhadamente, no prazo de três dias, todos os casos de denúncias recebidas pelo ministério, em trâmite ou não, nos últimos sete anos.
O ofício do MPF foi encaminhado à Tatiana Barbosa de Alvarenga, secretária executiva do Ministério.
O procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, manifestou grande preocupação com as denúncias realizadas.
“Essa manifestação da ex-ministra do MMFDH foi recebida com preocupação e perplexidade, em especial porque pode se tratar de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público então ocupado”.
Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que as afirmações são com base em numerosos inquéritos já instaurados, e que a pasta “tem total ciência da gravidade do problema e age diuturnamente para combater essa e outras práticas criminosas“.
Por fim, o Ministério disse que as denúncias são encaminhadas aos órgãos competentes.
“As denúncias recebidas pela ONDH são encaminhadas aos órgãos competentes e, posteriormente, monitoradas para assegurar o bom andamento das demandas”.
Fonte: G1